Gosto de ver televisão. Talvez veja até mais do que seria necessário. E, ao contrário de muito gente, gosto dos comerciais. Rio com alguns, me emociono com outros e – pasme ! – já cheguei a chorar naqueles trinta segundos. E mais, acredito nos comerciais,m levo a sério e – não poucos vezes – acabo comprando umas facas que jamais vou usar, uns desodorantes meio secos e até bicicleta ergométrica que logo viram cabides. No plural, pois já comprei duas.
Estou dizendo isso tudo por causa das campanhas dos DDD e DDI. Tudo bem que o Sérgio Motta, no governo FHC, resolveu o nosso problema. Telefone hoje é quase de graça e todo mundo tem, como convém. Mas o meu querido e inesquecível Serjão, antes de morrer, inventou o “número da operadora”. Precisava disso, meu amigo? A partir daí a minha vida nunca mais foi a mesma.
Pois agora cada vez que eu vou fazer uma ligação, começa o meu sofrimento. Para quais países mesmo que tem desconto neste final de semana? Acabo ligando para o Japão, onde não conheço ninguém, só por causa de uns olhos azuis.
Mas tem aquele outro que disse que de noite, se ligar para uma pessoa da mesma operadora, não paga. Mas eu tenho que ligar antes para perguntar se a pessoa tá na mesma roubada minha. Complicado.
Depois vem os descontos. Nunca me lembro se está 0,90 ou 0,09 o minutos. Ou será o segundo?
O problema se torna mais sério, quando você quer responder a um número que te chamou. Até pouco tempo, bastava apertar um botãozinho e se fazia o retorno. Agora não, porque vem sem o tal do número da operadora. Você tem que ter papel e caneta - e nunca tem, e quando tem a caneta falha - para anotar o número e tem que ser rápido antes que a luzinha do painel apague. Não é?
E qual é mesma a operado que cobre o Brasil todo? E porque aquela do sul é a melhor do sul? E se eu estou no norte, como fica?
Outra dificuldade é - estando fora do seu estado – retirar os recados gravados. Ninguém consegue me explicar como fazer isto. No momento tenho que ligar para mim mesmo, apertar umas teclas que acho que só serve pra isso – e ainda por cima de chama jogo da velha –o digitar o meu código. Tem que fazer isto de um outro telefone e deixar o seu ficar tocando até você mesmo atender lá dentro da máquina e você mesmo dar o seu código para você mesmo. Aí entra aquela voz soturna dizendo que eu tenho uma nova mensagem. Eu sei, pô!
Só que depois que você desliga fica piscando na sua tela que você tem uma chamada não atendida. Que foi a que você acabou de fazer. Céus!
Vamos fazer o seguinte Ana Paula Arósio: passa lá em casa amanhã e me explica tudinho, tim-tim por tim-tim, é claro. Se não o Sérgio Motta vai começar a te ligar lá do Céu, como se vivo fosse.
Pessoal, vamos facilitar, tá? Custa? Custa quanto? É por segundo ou por minutos? É horário comercial ou só de madrugada? E para falar com o japonês tem quer ser de noite aqui ou lá?
E a conta vem onde? Junto com a do celular?
Alô, alô... Tá dando ocupado. Tenho que teclar o jogo da velha?
MARIO PRATA
Os textos dispensam qualquer comentário. Perfeitos!
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