Estudo realizado durante dois anos, envolvendo 485 portadores do vírus HIV diagnosticados na cidade de São Paulo, identificou que, nesse grupo, a maior proporção de casos de infecção recente coincidia com a faixa etária mais jovem, abaixo de 25 anos. O resultado pode indicar a necessidade urgente de reforçar as ações de conscientização junto ao público adolescente.
Uma das possíveis explicações para a constatação revela um cenário preocupante: recebendo "boas notícias" sobre a eficácia dos novos medicamentos e sem presenciar muitas mortes em decorrência da Aids em sua geração, estes jovens estariam menos convencidos do alto risco da infecção e até da gravidade da doença, relaxando nas medidas de prevenção.
Reforçando essa hipótese, o estudo também somou maior número de infectados há mais tempo (crônicos) na faixa etária de 26 a 59 anos; um grupo que encampa a geração que sofreu o primeiro impacto da Aids e experimentou perdas causadas pela epidemia.
Segundo o infectologista Esper Georges Kallás, docente da Unifesp e um dos autores do trabalho, os resultados sugerem que as medidas de prevenção devem ser reforçadas entre a população mais jovem. A pesquisa, só agora publicada na revista cientifica PLoS ONE, foi realizada entre 2002 e 2004 em quatro serviços públicos de assistência a portadores do HIV.
Quanto ao perfil predominante dos participantes, o estudo relata maioria de homens (78,4%), solteiros (61,7%), com idade entre 25 e 45 anos (65,8%), com infecção por via sexual (89,4%).
Fonte: Assessoria de Imprensa da Unifesp
Publicado em: 07/02/2008
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